Na ativa desde a década de 1980, o guitarrista Valério Exterminator, um dos fundadores da clássica banda mineira Holocausto, levantou algumas questões sobre a cena underground, sobretudo a relação entre o público, internet e o que poderia ser feito para melhorar, buscando ao mesmo tempo perguntas e respostas para suas indagações.
Segundo o mineiro, “A cena do Metal, independente do país, não existe por si só. Não é uma inteligência artificial que está no comando, tampouco, é a religião, política, ou ONGs. A cena do Metal existe quando eu, você, tomamos iniciativas em prol dela. Os comentários nas redes sociais são do tipo: não existe cena no Brasil, os bangers preferem baixar músicas a apoiar as bandas, por que os shows têm públicos tão pequenos, por que existem esses boicotes para alguns shows e bandas, disco x ou disco y, banda raiz ou banda “Nutella”? A humanidade não tem respostas, porque faz as perguntas erradas. Afinal o que é mais importante: a pergunta ou a resposta?”.
Embora as questões levantadas pelo guitarrista sejam tema de acaloradas discussões pela internet, “existem várias ações que contribuem para a existência da cena, agora se ela está fraca, forte, ou mais ou menos, pode ser questão de momentos. No UNIVERSO tudo o tempo todo está em movimento. E nossa cena está em movimento desde meados dos anos 80. Atravessamos quatro décadas, e creio que tivemos altos e baixos, e isso é normal. Não existe essa linha reta, contínua, sem alterações”.
Algumas constatações do guitarrista que comprovam a existência da cena nacional:
1) O grande número de bandas de extrema qualidade.
2) As bandas que são formadas com frequência.
3) Os shows acontecendo semanalmente.
4) Os selos nacionais de qualidade, lançando materiais com frequência.
5) A quantidade de bangers nas redes sociais e fora dela.
6) O retorno de bandas dos anos 80, que marcaram nossa história.
7) O intenso trabalho de rádios web e fanzines.
8) O importante trabalho dos sites e blogs de Rock/Metal.
Nas palavras de Valério Exterminator, “a cena existe! Ela se manifesta forte, ou fraca, em alguns momentos, a dualidade da vida, está presente na cena Metal. Sabemos que existe a cena forte, porque vivemos ou temos informações da cena dos anos 80. Partimos desse ponto para comparar com a cena das outras décadas”. Exterminator sugere então mudar o foco das perguntas, deixando elas no ar, para que os leitores pensem a respeito:
Então por que não mudar o foco das perguntas?
O que tenho feito para fortalecer a cena, e o que mais posso fazer?
O que devo evitar que enfraquece a cena?
Quais assuntos polêmicos que enfraquecem a cena, e que devo evitar?
Como faço para apoiar bandas, shows e selos nacionais?
Então o que é mais importante: a pergunta ou a resposta?
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